quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

uma resposta

Gonçalo,
peço desculpa ter fugido, intencionalmente, à questão da prisão. Realmente é só isso que está em causa - dizem os do sim. Eu, pessoalmente - e também do lado do não - digo que é algo mais. É uma vida. Houve um debate onde o médico Pinto da Costa insistia que não havia vida às 10 semanas... e todos sabemos que há. Basta ver o documentário da National Geographic que apresenta brilhantes imagens. Pode encontrar no Sapo Videos, Google Videos e no YouTube. Já enchi estes três espaços com o dito filme.
Bem, sou contra a prisão das mulheres. SIM, sou contra a prisão destas vitimas da sociedade. A maioria aborta por pressões familiares, sociais ou económicas. E ninguém, aparentemente, quer saber delas. Na realidade, além da criança, a mulher também é uma vitima. O Estado quer por o aborto na moda, mas não parece estar interessado em apoiar as mulheres e pedir-lhes que não abortem.
Se o aborto ficar liberalizado, só vejo o Estado a criar clinicas de aborto, financiar abortos e nada de apoio às familias numerosas, às familias com dificuldades financeiras e com desejo de ter filhos, aos filhos que querem estudar e não podem por falta dos euros e tantos outros exemplos.
Ou seja, sou contra o aborto e contra a despenalização. Mas também sou contra a falta de apoio do Estado às mulheres. E sou contra a prisão. Antes da prisão devia haver o apoio.´
No fundo, digo "Huum e tal... não" a isto tudo!
Espero ter respondido.

4 comentários:

Anónimo disse...

Voto NÃO porque….
Á vida humana é inviolável, Artigo 24º,n.1 da Constituição da Republica Portuguesas.
Se analisarmos a pergunta que vai a referendo vem lá a palavra GRAVIDEZ, esta palavra pressupõe uma mãe e um FILHO, e despenalização é a perspectiva da mãe…a do FILHO é terminar, morrer…depois vem “a pedido” estas duas palavras que pressupõem que qualquer motivo serve para se fazer abortos (ou seja aborto livre)….mas nas primeiras 10 semanas, 10 semanas são 2 meses e meio, e a partir daí.. Toda gente sabe como se fazem bebes ou melhor para haver o bebe é preciso que haja um espermatozóide e um óvulo e daí a 9 meses nasce, eu não consigo perceber, que se diga que só é ser humano a partir das 10 semanas. Uma gravidez dura 9 meses ou 6,5 meses?
Eu como cidadão deste país quero que o estado encontre soluções ou crie soluções para que não se façam abortos, O estado deveria criar condições para apoiar as mães e os FILHOS, não oferecer-lhes como única solução aos seus problemas o ABORTO.(mata-se os pobrezinhos…. Em vez de acabar com a pobreza). Com a nova lei vamos ajudar as mães/mulheres? Na minha opinião NÃO porque as mães vão ter como única saída (aos seus problemas) e ainda por cima legal o aborto, logo é facil ceder a pressões?
Paulo

TIAGO disse...

obrigado Paulo pelo comentario.
Gostei.

Anónimo disse...

Diz-se que a nova lei é para acabar com o aborto clandestino e proteger as mulher….mas vamos pensar…

1.uma mulher que saber fazer abortos sozinha, será que vai procurar um clínica para fazer um aborto? Parece-me que não afinal o aborto na clínica até se paga e ela sabe faze-lo de graça e nem tem que dar o nome e a cara.

2.as casas onde se fazem abortos clandestinos, vão existir na mesma (se é clandestino ninguém sabe onde são), e se nessas casas se baixarem os preços (mais baixos do que nas clínicas), as mulheres vão ás clínicas abortar? Acho que não nessas casas nem têm de dar o nome e passa a ser mais barato.

3.as /os médicos enfermeiros que fazem abortos legais, não podem fazem depois também ilegais mais baratos nem tem que se dar o nome, é o que se chama trazer trabalho para casa. É sempre mais uns trocos que entram e não se faz descontos desse dinheiro. Na maioria das casas onde se fazem abortos ilegais, eles são feitos por médicos enfermeiros….

4.há sempre uma vizinha ou uma amiga, que conhece um amigo que faz mais barato…

dá que pensar…

Paulo

Anónimo disse...

Obrigado pela resposta, Tiago. Desculpe mas vou citá-lo:

"sou contra o aborto e contra a despenalização. Mas também sou contra a falta de apoio do Estado às mulheres. E sou contra a prisão. Antes da prisão devia haver o apoio."

Se é contra a prisão das mulheres e contra a despenalização o que sugere. Uma repreensão pública? Uma multa?

Os defensores do "não" querem a todo o custo que não haja abortos. Quem quer abortar vai abortar na mesma. Se, como dizem, a questão da prisão nem se coloca (porque ninguém foi preso nos últimos 30 anos) a lei actual não limita ninguém de recorrer ao aborto, por isso, vão continuar a existir abortos. E, ou se tem dinheiro para ir a Espanha, ou não, e corre-se o risco de morrer ou de ficar estéril. Se são pela vida, deviam querer proteger a todo o custo a vida das mulheres que, quer vocês queiram quer não, decidem abortar. São elas que decidem e não as pessoas que vão votar neste referendo. O que vamos decidir no dia 11, é se vão continuar a morrer mulheres vitimas de aborto clandestino, ou não. É óbvio que vão continuar a existir abortos clandestinos, quer seja por vergonha, falta de informação, desleixo, etc. Mas se o Sim ganhar e se com isso possa ser salva uma mulher, já valeu a pena.


Não sei se o Tiago ou o Paulo têm filhos. Eu tenho. Se também têm devem saber que é a maior responsabilidade que temos na vida... Não basta ter filhos, cegamente, só porque se engravidou. O mais importante é QUERER ter esses filhos, dar-lhes afecto, dar-mos a nossa vida por eles, se necessário.

Não estou a falar de condições económicas, sociais ou familiares. Estou a falar de responsabilidade.

Não queria ir por este caminho, mas quero responder à questão da vida do embrião. É óbvio que há vida! Aliás há vida em todas as células por mais indeferenciadas que sejam. Até antes da fecundação há vida. Ou um óvulo não é uma célula humana. Os espermatozóides são células humanas vivas e não me parece que as pessoas se preocupem muito com o desperdício de milhões de potenciais seres humanos que existe em cada ejaculação. Obviamente que estou a exagerar, mas se o argumento é a VIDA e o início da mesma então temos que ser coerentes.

Mas, Tiago, esteja descansado porque o Não vai ganhar. Os defensores do Não embora sejam uma minoria da população estão mais mobilizados e vão votar todos. Vão os escuteiros, as beatas e os maridos, os católicos pseudo-ferrenhos que saem das missas em carneirada para ir à escola votar, as tias e os tios que têm dinheiro para ir a outro país abortar se necessario, e vão os simpatizantes e militantes do PP e do PSD, porque se querem colar a uma suposta vitória eleitoral contra o partido do governo. É o País que temos.

Fica um abraço e o desejo de que no Domingo esteja um óptimo dia.